segunda-feira, 15 de junho de 2015

Insulina e Diabetes

   Como já sabemos, o principal hormônio controlador da glicemia corporal é a insulina. A redução ou ausência da liberação deste hormônio associada a redução da sensibilidade a sua ação  caracteriza o fenômeno conhecido como: Resistência a insulina. Este fenômeno é muito observado no Diabetes Mellitus.
   A glicose é a fonte de energia para diversos tecidos do corpo, na alimentação há uma quantidade exacerbada de energia circulante e esta necessita ser armazenada para o período de jejum, onde não haverá este aporte de glicose livre normalmente. Porém, para podermos estocar a energia a insulina é necessária, visto que esta que irá possibilitar a entrada da glicose na célula.
   É importante lembrar que o aumento da glicemia estimula a secreção de insulina, enquanto a redução fará o efeito oposto. A via mais eficiente de administração da glicose é a via oral, por estimular as incretinas intestinais, que promovem a secreção de insulina.
   Na hipoglicemia ocorre a secreção de hormonios que atuam como contrarreguladores, como o glucagon, epinefrina, glicocorticoides e o hormônio do crescimento.
   A insulina é sintetizada no pâncreas pelas Ilhotas de Langerhans, que possuem 4 tipos de células. 

  • As celulas B secretam a insulina. 
  • As celulas A secretam glucagon. 
  • As celulas D secretam somatostatina. 
  • As células PP secretam polipeptídeo pancreático. 

   A síntese da insulina ocorre como precursor primeiramente (pré-pró- insulina) no Retículo endoplasmático Rugoso. É trasportada ao Complexo de Golgi, onde sofre uma clivagem proteolítica e se torna pró-insulina. Em seguida é clivada novamente dando origem a insulina, que por sua vez fica estocada nos grânulos das células B, e posteriormente será secretada em conjunto com outros grânulos de insulina por exocitose.

   Há duas fases para liberação da insulina, uma inicial rápida que reflete a liberação do hormônio armazenado e uma fase tardia mais lenta que reflete a liberação contínua do hormonio armazenado e síntese do novo hormônio. 
   IPC: A glicose entra na célula B através de um transportador de membrana denominado GLUT-2, seu metabolismo subsequente via glicoquinase (um sensor de glicose), e a glicólise irão aumentar as concentrações intracelulares de ATP. Isso irá bloquear os canais de K dependentes de ATP, promovendo a despolarização da membrana e abertura dos canais de cálcio dependentes de voltagem, causando um influxo de Ca. Sua alta concentração intracelular induz a secreção de insulina, mas apenas na presença de amplificadores como Diacilglicerol, ácido araquidônico não estereficado e os produtos deste ácido araquidônico.  As fosfolipases são ativadas pelo calcio e o ácido araquidônico pelo ATP.



   É muito importante lembrarmos das diferenças entre Diabetes do tipo 1 e 2. O tipo 1 ocorre pela falência pancreática, redução na produção de insulina, é genética e não-hereditária. A Tipo 2 ocorre pela dificuldade na produção da insulina, tem linhagem familiar, se relaciona a hábitos de vida e pode ocorrer devido a gestação, estresse ou problemas no receptor (Down Regulation).
   A diabetes é caracterizada pelos sintomas clássicos dos 4Ps: Polifagia, Polidipsia, Poliúria e Perda de Peso. 

Insulinas

   Feitas a partir de E.coli atualmente. Antigamente (por volta de 1906) era feita de extrato do pâncreas de animais superalimentados com carboidratos, seu ponto negativo ocorria devido a grandes quantidades de pró-insulina e pouca de insulina propriamente dita. São Injetáveis, comumente usados na via SC e tem suas doses medidas através de Unidades Internacionais(UI). Devemos estimular o autocuidado e ensinar o paciente a ser independente, ensinando sobre a administração e o rodizio de locais desta aplicação, afim de evitarmos a lipodistrofia. 
   Insulina Ultra rápida: É cristalina, pode ser feita SC ou IV. Seu inicio de ação se dá em 40min, com pico em 1h e tempo de duração médio de 4h.
   Insulina regular ou Cristalina: não é modificada termicamente. É rápida, com seu inicio de ação em 2h, pode ser feita SC ou IV.Seu pico ocorre em 4 horas e sua ação pode durar até 8h em média.
   Insulina NPH: Leitosa devido a protamina. Seu efeito tem inicio em 4h, pico em 6h e pode durar de 12/18h. SC.
   Insulina NPZ: Leitosa, SC. Tem Além da protamina, zinco que irá retardar ainda mais a liberação da insulina. Também conhecida como ultra lenta, com seu inicio de ação em 8h, pico em 12h e pode durar de 24/36h.