domingo, 19 de abril de 2015

Anti-hipertensivos

   A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica não transmissível caracterizada pelo aumento da tensão do sangue nos vasos sanguíneos. Em geral, esta doença pode ser encontrada em conjunto com os seguintes fatores de risco: fumo, bebidas alcoólicas, obesidade, estresse cronico, grande quantidade de sal nos alimentos, colesterol elevado, falta de exercícios físicos, diabetes ou relacionado ao fator da hereditariedade. Estima-se que 25% dos brasileiros sofram desta patologia, chegando a mais de 50% após os 60 anos. Por esta razão é importante que o enfermeiro conheça os medicamentos que podem ser usados nos diversos casos de hipertensão.
   Os anti-hipertensivos reduzem a pressão arterial a valores normais. Observe a relação abaixo para compreender os tipos de hipertensão.
Pré-Hipertenso     Sistólica: 81-89     Diastólica: 121-139
Estágio 1     Sistólica: 90-99     Diastólica: 140-159
Estágio 2     Sistólica: 100 ou mais     Diastólica: 160 ou mais

Diuréticos

   A furosemida é usada amplamente em conjunto com outros medicamentos redutores da pressão arterial com o intuito de reduzir a resistência vascular periférica, por promover a eliminação de líquidos. Para maiores informações clique AQUI .

Beta- Bloqueadores

   São a primeira linha de medicamentos anti-hipertensivos por reduzirem o débito cardíaco ao se ligarem nos receptores B1 cardíacos bloqueando sua estimulação simpática. Se dividem em Seletivos e Não-Seletivos. 
   Os b-Bloqueadores seletivos vão agir apenas nos receptores B1. São eles: Atenolol, acebutolol, metoprolol.
  Os b- Bloqueadores não seletivos irão agir tanto em receptores B1 quanto em receptores B2, por esta razão o uso desta família a asmáticos não é recomendada. Propanolol, pindolol, nadolol, carvedilol.
   São medicamentos usados para hipertensão ainda no estágio 1 e infarto não é aconselhado para grávidas.

Alfa-Bloqueadores

   Bloqueia não seletivamente os receptores alfa, promovendo a vasodilatação e dilatando a via urinária, ou seja, promove redução da resistência vascular e do débito cardíaco. Pode causar hipotensão ortostática, edema, taquicardia reflexa e rash cutâneo. É importante ressaltar que esta classe (principalmente prasozina e doxasozina) pode levar a problemas na sexualidade masculina, por esta razão não é bem aceito por este público em geral.
   São eles: Prasozina, Doxasozina, fentolamina, fenobenzamina, tansolozina.

Alfa2- Agonistas

   Tratam-se de agonistas do receptor simpático alfa 2, que irá reduzir noradrenalina e dopamina na fenda sináptica, reduzindo a ativação de receptores alfa 1, que vão realizar a vasoconstrição periférica.
   Estes medicamentos dão sono, levam a vasodilatação, bradicardia, reduz a potência sexual, aumenta a oferta sanguínea para o tecido, reduz a pressão arterial sistêmica, reduz o débito cardíaco.

Nitratos e Nitritos

   Possuem meia vida curta e são amplamente usados em emergências hipertensivas, usados em dripping constante, se o medicamento parar de fluir a vasodilatação cessa. Para informações sobre mecanismo de ação e mais peculiaridades clique AQUI . Este medicamento reduz o débito cardíaco por ser  um potente vasodilatação. É importante citar que a utilização deste medicamento é feita intra-hospitalar para crises e em último recuso terapêutico para hipertensão refratária.
   Um exemplo é o Nitroprussiato de Sódio. 

Bloqueador de Canal de Cálcio

   Impede a entrada do cálcio no músculo, reduzindo a contração e excitabilidade cardíaca. É uma classe muito eficiente que causa grave hipotensão se usada indiscriminadamente. Pode levar a rash cutâneo, cefaleia, congestão nasal e edema.Um efeito curioso é o aumento da gengiva em uso prolongado, uma condição conhecida como hiperplasia gengival medicamentosa. Além disto, é teratogênico e está relacionada a câncer oral (quando administrado sublingual) e intestinal (quando administrado via oral).
   Os medicamentos desta família são:Nifedipina, anlodipina e ninodipina.

Hiperplasia gengival medicamentosa

Sistema Renina-Angiotensina

   Renina é produzida pela justa glomerular no rim e é responsável pela conversão de angiotensinogênio em angiotensina I, que sofre ação da enzima dipetidilcarboximetilpetidase (a enzima conversora de angiotensina, ou ECA) formando a angiotensina II (causa vasoconstrição), que por sua vez tem receptores na glândula supra-renal e esta ação estimula a liberação da aldosterona (que reabsorve sódio e elimina potássio), causando um aumento da P.A por aumento na resistência vascular periférica . 
  Estes medicamentos irão agir inibindo a ECA, impedindo a finalização do sistema renina-angiotensina. Causa vasodilatação e pequeno efeito diurético, não altera a função sexual, mas é teratogênico. Pode causar rush cutâneo, cefaléia, hipotensão ortostática, taquicardia (inibida por beta bloqueador), congestão nasal, edema, tosse seca (devido ao aumento da bradicinina, e consequente aumento de oxido nítrico no bulbo.)
   Os medicamentos deste grupo são: Captopril, enalapril, lisinopril e ramipril.

Antagonistas da Angiotensina II

  Atuam como antagonistas da angiotensina II na glândula supra renal. Possui os mesmos efeitos que os inibidores da ECA, porém sem a tosse seca. São usados para pessoas resistentes aos inibidores da ECA, ou seja, quando o corpo cria uma via alternativa para a formação de angiotensina II sem utilizar a enzima clássica.
  Os medicamentos que se encaixam aqui são: Losartana, valsartana, candesartana, telmisartana

É sempre bom saber para não errar na hora de aferir a pressão do seu paciente. Vamos garantir a exatidão dos nossos resultados e otimizar nosso trabalho

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